Relato portugués/ español
Encontro em Elvas, organizado pelo grupo de escritores ALERtejo dirigido por Nuno Franco Pires.
Começou às 15h portuguêsas e às 16h espanholas. O agradável espaço no topo do Museu estava repleto de gente ansiosa por conhecer. O grupo de debate foi composto pelo César Magarreiro, Nuno Franco e eu. A moderadora foi a Adreía Valente. Isto é acompanhado de uma interessante introdução à tarefa de escrever, de fazer literatura. A seguir, partimos da questão que marcou encontrou: A Literatura tem fronteiras?
Todos concordamos em dizer não. Pela minha parte, expliquei que a literatura, segundo a sua “extensão e conteúdo”, a literatura é universal, porque abranga a obra de todos os tempos e lugares. Por outro lado, considerei que a literatura não tem fronteiras porque a existência do ser humano, que é multifacetada, também não tem fronteiras. A literatura expressa-se a partir de diferentes culturas, a partir da riqueza de cada lugar habitado, proporcionando a riqueza de cada um desses espaços. Estabelece pontes entre as pessoas.
Desde o seu nascimento que a literatura não tem fronteiras. Segundo Jesús G. Maestro, importa situar o início da Literatura na Grécia arcaica (Homero e Hesíodo, século VIII a.C.), tempo e espaço em que a escrita não é concebida como um livro de leis sagradas, ao contrário do hebraico mundo, mas como uma espécie de narrativa sobre a origem do Cosmos. Esta narrativa está na base do pensamento universal, ou seja, o mundo grego chega até nós e constrói a nossa narrativa, uma forma de pensar para além da nossa própria língua, mesmo sendo portugueses, espanhóis ou italianos.
A LITERATURA NÃO TEM FRONTEIRAS, embora tenha como característica essencial utilizar “linguagem verbal para fins estéticos; embora utilize procedimentos diferentes do uso quotidiano da língua e, por isso, modifique a forma do texto de forma criativa. Ou ainda, embora recorra a ferramentas retóricas: metáfora, hipérbole, símile, sinestesia, ironia, sinédoque”
Noutro ponto do diálogo, eu fiz várias perguntas:
Em primeiro lugar, como é que a literatura influencia a nossa sociedade?
Ler literatura, atividade que muitos consideram ociosa ou inútil, tem um valor social inestimável: torna-nos mais empáticos, mais dispostos a ouvir e a compreender os outros. As ficções ensinam-nos a nomear as nossas ansiedades e também a enfrentar e partilhar os nossos problemas diários.
Literatura é viver, amar, defender a verdade, afastar-se da postura.
E isso é universal, vai muito para além de uma redução, de uma limitação. Por isso, estou convencido de que a literatura não tem fronteiras.
A segunda, o que faz da literatura verdadeira literatura?
A definição de literatura abrange amplamente as obras escritas que são utilizadas para transmitir cultura. Se for para transmitir cultura, pode levar-nos a pensar que as expressões literárias se reduzem ao que é único de cada pessoa. A cultura e as tradições do Alentejo não são iguais à cultura basca do norte de Espanha. Na verdade não. No entanto, as culturas têm um elo comum e este é o ser humano que vive, que trabalha, que sonha, que morre. Realidades que ultrapassam as fronteiras culturais.
Por outro lado, a verdadeira literatura luta contra o vazio. A verdadeira literatura é a arte da contemplação, da atenção, da compreensão. E que escritores não o fazem? Não importa onde vivem. Todos tendemos a fazer a mesma coisa, mesmo que os escritos sejam expressos em línguas diferentes. Quando são traduzidos e bem traduzidos, o conteúdo chega sem problemas a locais diferentes de onde surgiu.
Por fim, expliquei que a literatura nem sempre se limita à palavra escrita. O significado da literatura pode incluir histórias contadas na tradição oral e na literatura visual, como o teatro que se destina a ser apresentado perante um público. Se incluirmos o oral e o visual, ainda nos parecerá que são limitações da literatura e que podem representar, para alguns, uma fronteira. Mas curioso, vê mais uma vez um elo comum como o facto da própria oralidade, da transmissão oral entre seres humanos; E, para além disso, há também algo de comum que é o próprio facto de se emocionar com o que se descobre.
Houve duas perguntas que a Andrea fez que achei muito interessantes:
Em primeiro lugar, quando escreve, pensa nos leitores? E outra, já se aventurou a escrever algo sobre o qual nada sabe?
-Ao primeiro respondi que quando escrevo simplesmente escrevo e não penso em quem vai ler o que estou a produzir. É certo que quando termino o trabalho penso nos leitores porque isso ajuda-me a peneirar, a repensar algumas expressões. A clareza é importante. Menos, sempre, é mais.
-Na segunda vez comentei que escrever é uma aventura, mas isso não significa que tenha de se aventurar em realidades que estão fora do meu espaço emocional e interesse. Se por algum motivo comecei a escrever sobre algo que pouco sei, o mínimo é aconselhar-me e ler, e perguntar a quem me possa ajudar. E esta última, por respeito a quem a irá ler mais tarde. Outra coisa é a ficção, a mentira que envolve os versos e que os leva à surpresa.
É maravilhoso ter partilhado ideias com o Nuno e o César e mesmo ter pensado em português. Isto fez-me perceber que é bom sair das nossas zonas de conforto, das nas nossas ilhas e estabelecer pontes numa realidade que nos apaixona, escrevendo.
Tertulia en Elvas, organizada por el grupo de escritores ALERtejo que dirige Nuno Franco Pires.
La tertulia comenzó a las 15 horas portuguesas, las 16 horas españolas. El agradable espacio de la parte alta del Museo se llenó de personas ávidas de saber. El grupo de debate lo formábamos César Magarreiro , Nuno Franco y yo. La moderadora era Adreía Valente. Esta comenzó con una interesante introducción sobre el hecho de escribir, de hacer literatura. Después, se partió de la pregunta que marcaba la reunión: ¿La literatura tiene fronteras?
Todos coincidimos en decir que no. Por mi parte, expuse que la literatura, de acuerdo con su «extensión y su contenido», podría ser universal, si abarca la obra de todos los tiempos y lugares”. Por otro lado, creo que la literatura no tiene fronteras porque la existencia del ser humano, que es poliédrica, tampoco la tiene. La literatura se expresa desde diferentes culturas, desde la riqueza propia de cada lugar habitado, aportando la riqueza de cada uno de esos espacios. Estableciendo puentes entre los pueblos.
Desde su nacimiento la literatura no tiene fronteras. Según Jesús G. Maestro, es importante situar el inicio de la Literatura en la Grecia arcaica (Homero y Hesíodo, siglo VIII a.n.E.), una época y un espacio en los que la escritura no se concibe como un libro de leyes sagradas, a diferencia del mundo hebreo, sino como una suerte de narración sobre el origen del Cosmos. Esta narrativa está en la base del pensamiento universal, es decir, el mundo griego llega hasta nosotros y construye nuestra narrativa, una manera de pensar más allá de nuestra propia lengua, aunque seamos portugueses, españoles o italianos.
La LITERATURA NO TIENE FRONTERAS, aunque su característica esencial sea la de usar “el lenguaje verbal con fines estéticos; aunque emplee distintos procedimientos que se diferencien del uso cotidiano del lenguaje y que, por tanto, modifique la forma del texto de manera creativa. O incluso, aunque acuda a herramientas retóricas: metáfora, hipérbole, símil, sinestesia, ironía, sinécdoque”
En otro momento del dialogo apunté varias preguntas:
Una, ¿cómo influye la literatura en nuestra sociedad?
Leer literatura, una actividad que muchos consideran ociosa o inútil, posee un valor social invaluable: nos hace más empáticos, más dispuestos a escuchar y entender a los otros. Las ficciones nos enseñan a nombrar nuestras angustias y también cómo enfrentar y compartir nuestros problemas cotidianos.
La literatura es vivir, amar, defender la verdad, alejarse de la pose.
Y esto es universal, va mucho más allá de una reducción, de una limitación. Por tanto, estoy convencido, la literatura no tiene fronteras.
La segunda, ¿qué hace que la literatura sea verdadera literatura?
La definición de literatura abarca en términos generales las obras escritas que se utilizan para transmitir la cultura. Si es transmitir la cultura puede llevarnos a pensar que las expresiones literarias se reducen a lo que es propio de cada uno. No es lo mismo la cultura y tradiciones del Alentejo que la cultura vasca en el norte de España. Efectivamente no. Sin embargo, las culturas tienen un nexo común y este es el ser humano que vive, que trabaja, que sueña, que muere. Realidades que van más allá de las fronteras culturales.
Por otro lado, la literatura de verdad es luchar contra el vacío. La verdadera literatura es el arte de la contemplación, de la atención, del entendimiento. ¿Y qué escritores no hacen esto? No importa donde vivan. Todos tendemos a hacer lo mismo, aunque los escritos estén expresados en diferentes idiomas. Cuando se traducen y se traduce bien, el contenido llega sin problemas a otros lugares diferentes del que surgió.
Por último, expuse que la literatura no siempre se limita a la palabra escrita. El significado de literatura puede incluir historias contadas en la tradición oral y la literatura visual, como el teatro que se pretende representar ante un público. Si incluimos lo oral y lo visual nos seguirá pareciendo que son limitaciones de la literatura y eso puede suponer, para algunos, una frontera. Pero curioso, vuelve a ver un nexo común como es el hecho mismo de la oralidad, de la transmisión oral entre los seres humanos; y, además, también hay algo común y es el hecho mismo de emocionarse ante lo que se descubre.
Hubo dos preguntas que hizo Andrea y que me parecieron muy interesantes:
Una, cuando se escribe ¿se piensa en los lectores? Y otra, ¿Alguna vez os habéis aventurado a escribir algo de lo que no sabéis nada?
-A la primera respondí que cuando escribo sencillamente escribo y no pienso en los que van a leer aquello que estoy produciendo. Es cierto que cuando estoy terminando la obra si pienso en los lectores porque me ayuda a cribar, a replantearme algunas expresiones. La claridad es importante. Menos, siempre, es más.
-A la segunda, comenté que escribir es una aventura, pero esto no significa que haya que aventurarse a realidades que están fuera de mi espacio emocional y de interés. Si por algún motivo he empezado a escribir sobre algo del que conozco poco, lo mínimo es asesorarme y leer, preguntar a quien me pueda ayudar. Y esto último, por respeto a quienes van a leerlo después. Otra cosa es la ficción, la mentira que rodea a los versos y que los empuja a sorprender.
Maravilloso haber compartido ideas con Nuno y César y pensando en portugués. Esto me hizo caer en la cuenta que es bueno salir de nuestras zonas de confort de nuestras islas y establecer puentes en una realidad que nos apasiona, escribir.